MULHERES QUE INSPIRAM: conheça Hellen Almeida, Business Analyst e Lead de Alliances and Government

Conhecer a trajetória profissional de pessoas com grandes conquistas na carreira é inspirador para quem precisa de boas referências e aquela dose de confiança para persistir em meio aos pequenos e grandes desafios diários. Por isso, para celebrar o mês da Mulher e inspirar outras trajetórias de sucesso, nós entrevistamos três mulheres que têm impactado a comunidade de gerenciamento de projetos. A primeira entrevista foi com Kelly Oliveira, Agile Project Manager na Thoughtworks, e está disponível aqui.

A convidada para a segunda entrevista é Hellen Almeida, gerente de projetos, Business Analyst e Lead de Alliances and Government no PMI Global. Vamos conhecer um pouco da sua história? Confira a entrevista abaixo.

Quais as maiores conquistas da sua vida profissional? 

Analisando minha jornada de trabalho, tenho três conquistas que me marcaram bastante. 

Minha jornada de trabalho começou muito cedo e com 18 anos já estava morando nos EUA para aprimorar meu inglês. Sempre corri atrás dos meus sonhos e objetivos e ficava deslumbrada quando via uma mulher executiva e independente, isso me inspirava a ser como uma delas. Infelizmente, existe muita desigualdade e concorrência nesse mundo executivo, inclusive entre mulheres e passei por isso desde o primeiro dia. 

Tive a oportunidade de conhecer uma dessas executivas e fiquei super entusiasmada para saber da trajetória, pois disse a ela que esse era meu objetivo. Ela me olhou e disse que não tinha perfil para isso e não era simples assim. Realmente, fui do céu ao inferno nesse período, mas todas as vezes em que pensava em desistir lembrava dessa fala. Faltando um semestre para me formar, a empresa em que fazia estágio me informou de uma oportunidade de contratação, mas eu teria de estar formada. Depois de muito diálogo e de ter que assinar termo de responsabilidade, consegui a autorização. Fiz um semestre em três meses, me formei e fui contratada. 

No aniversário de 50 anos da empresa que fui contratada, eles fizeram uma parceria com o grupo TED, onde somente quatro países (dos 100) iriam recebê-los. Me conectei com o responsável e fiz meu case para que o Brasil fosse um deles, mas fui ignorada com sucesso. Tínhamos seis meses para o evento quando fiz o primeiro contato e todos os meses eu aprimorava meu case justificando porquê o Brasil teria de ser escolhido. Faltando 40 dias para o evento, recebo a confirmação de que o Brasil seria um dos países a receber o TED. Felicidade e desespero me definiram naquele momento. Em 30 dias liderei a transformação de um evento de 300 para 1100 pessoas com todos os pré-requisitos estipulados por eles, e o evento foi um sucesso. Conheci os palestrantes, os responsáveis pelo TED e isso resultou em uma oportunidade de conhecer o escritório deles em Nova York. 

A última e mais recente conquista foi uma transição de carreira de gestão de pessoas e conflitos para analista de dados em negócios. Exatas nunca foi meu forte, mas minha intuição nunca me decepcionou. Então, quando apareceu uma oportunidade para aprender mais sobre análise de dados, eu me candidatei para ser a "expert" na região. Fui achando interessante, fiz uns cursos comecei a usar no dia a dia e há quase um ano venho atuando na área e nunca pensei que gostaria tanto. 

Na estação da vida profissional que você está hoje: como você avalia o seu poder para TRANSFORMAR?

O poder de transformar começa conosco. Servir como exemplo é muito melhor e impacta muito mais do que mandar fazer. Acredito que quando você se permite a se transformar, a errar, a enfrentar o desconhecido, você transforma todos ao seu redor, pois as pessoas começam a se identificar com você. 

Ano passado fui pega de surpresa quando recebi uma ligação de uma colega de trabalho de anos atrás, que considero muito bem-sucedida, me perguntando se eu poderia ser sua mentora. Fiquei tão chocada que respondi “mas mentora no que? ” e foi aí que ela foi pontuando o meu desenvolvimento profissional tão acelerado e que gostaria de saber como me planejei para alcançar isso. A verdade foi que planejei até um certo ponto, pois alcancei meu objetivo muito mais rápido do que planejei e não sabia o que fazer depois. Mas sempre fui curiosa, sempre busquei aprender, a saber de tendências de mercado e assim quando a oportunidade aparecia, já estava preparada ou tinha conhecimento - isso, também, muitos chamam de sorte. 

Hoje tenho amigos próximos que me falam que começaram a fazer yoga, exercícios, ou diminuíram o consumo de carne etc, depois de saber mais do porquê eu faço e isso passou a fazer bem a eles também. Então, acredito que posso transformar pessoas todos os dias. Não preciso estar em um palco e ser o centro das atenções. Ações dizem muito mais por si só.

Como o PMI te ajudou a conquistar essas habilidades e a chegar onde você se encontra na vida profissional?

O PMI tem sido um pilar em todas essas conquistas, primeiramente por acreditar no meu potencial. Depois, em me dar liberdade para criar, opinar, trazer minhas experiências, errar, aprender etc. Aprendi que tudo é projeto, desde as minhas férias para a praia , até um movimento para criar conscientização das vacinas em jovens. 

Percebi que tem muita gente boa e jovem nesse mundo fazendo a diferença. Sabiam que uma jovem brasileira descobriu 25 asteroides e foi reconhecida pela NASA? Que existe mega projetos espalhados pelo mundo, que a gente nem imagina ou aprecia? A Embraer ganhou um prêmio desses como melhor projeto do ano no mundo em seus aviões. Desenvolvi habilidade de trabalhar com times do mundo inteiro, seja presencial, virtual ou em outros idiomas. Compreendi outras culturas e passei a admirar suas tradições, mas mais do que tudo foi a admirar o trabalho de milhares de voluntários ao redor do mundo com um único propósito de conscientizar sobre a importância de gerenciamento de projetos. Com certeza eu não posso mudar o mundo inteiro, mas sempre poderei mudar o mundo de alguém. 

Conhecer histórias assim são combustível para nossas próprias trajetórias!

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