“A “grande falha” está na perpetuação de modelos de “planejamento estratégico” do século XX no contexto da Nova Economia Digital que demanda uma grande capacidade de adaptação às tendências e mudanças de um mundo cada vez mais VUCA e Digital”. A opinião é de Luiz Parzianello, CEO da SURYA e fundador da ABO Academy, que concedeu uma entrevista incrível sobre Business Strategy para o PMIRS.
Parzianello será palestrante do evento presencial, Tech Business Talks: Gerenciamento de Projetos em Negócios Digitais, que acontece no próximo dia 11, em Porto Alegre. O encontro contará com a presença de outros palestrantes e painelistas, como Eduardo Peres, Jorge Horácio Audy e Roberto Petry. O local de encontro será no Auditório do Global TECNOPUC, que fica na Av. Ipiranga, 6681 - Prédio 97A. O evento é gratuito e está com inscrições abertas (clique aqui).
Confira a entrevista completa e reserve seu lugar no Tech Business Talks. As vagas são limitadas.
As empresas já adotaram a Business Strategy como cultura a ponto de aproveitar suas potencialidades plenamente? Qual a "grande falha" nesse processo segundo sua visão?
O discurso da agilidade está cada vez mais presente em líderes e gestores de negócios em nosso país, em especial nas empresas de base tecnológica. Se tornou lugar comum falar que precisamos entregar valor para nossos clientes, tornando-os o centro de nossas atenções. No entanto, o que não temos visto é uma estratégia clara e inspiradora para estimular as mudanças organizacionais que irão viabilizar a aceleração do crescimento e o impacto positivo dos negócios das partes interessadas. Afinal de contas, estratégia não é sobre planejamento, mas sim sobre análise e síntese dos elementos: cenário atual (com análise de contexto de mercado e crítica à situação presente), cenário futuro (com identificação do potencial de crescimento em todos os aspectos da organização), riscos associados (em permanecer no estado presente e migrar para o estado futuro desejado) e caminhos possíveis para viabilizar a transformação de um cenário para outro. Para falarmos de Business Strategy como elemento da cultura organizacional, precisamos falar de estratégia como um processo vivo de gestão, de descoberta e entrega de valor para o negócio (Business Value Discovery and Delivery), algo que ainda é pouco visto na maioria das empresas.
Na minha opinião, a "grande falha" está na perpetuação de modelos de "planejamento estratégico" do século XX no contexto da Nova Economia Digital que demanda uma grande capacidade de adaptação às tendências e mudanças de um mundo cada vez mais VUCA e Digital. E se você me disser que a era VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) já passou e que tudo agora é BANI (frágil, ansioso, não linear e incompreensível), vou dizer que frágeis e ansiosos são os líderes que ainda não perceberam que a grande mudança necessária está nos modelos de gestão e liderança que ainda utilizam nos dias de hoje.
Líderes e gestores de negócios da Nova Economia Digital deviam estar pensando em como descobrir e entregar continuamente novas capacidades organizacionais que viabilizem o crescimento empresarial. Afinal, os resultados de uma empresa resultam de sua capacidade de gerar resultados a partir de seus profissionais, processos e tecnologias. Enquanto a descoberta de novos meios é feita pela gestão da estratégia, a entrega dos mesmos é feita pela gestão do portfólio de projetos. Mas de nada adianta entregar recursos se não comprovarmos as capacidades de geração de valor. Portanto, é totalmente recomendado que a gestão da estratégia e a gestão do portfólio de projetos andem de mãos dadas, pois representam as duas faces de uma mesma moeda: a de Continuous Discovery and Delivery, a verdadeira natureza das empresas que aprendem (Learning Organizations). No entanto, o que mais vemos nas organização nos dias de hoje é a atribuição da responsabilidade desses processos para áreas especializadas, como as de Inteligência de Negócios e Escritório de Projetos (PMO). Quem realmente sabe do que estou falando, vai concordar comigo que esta separação resulta em grandes desperdícios, pois é muito comum vermos projetos sendo realizados sem qualquer vínculo com a estratégia empresarial ou entrega de qualquer tipo de valor associado. Por outro lado, vemos estudos de estratégia sendo realizados na perspectiva de produtos e serviços sem considerar a capacidade de entrega das equipes (sonhos não realizáveis). Fazer com que estratégia e portfólio de projetos andem de forma sincronizada é o grande desafio do momento, sendo necessário um aculturamento não somente dos especialistas, mas principalmente do modelo mental dos líderes e gestores.
Pense nisso: Podemos acelerar o crescimento de nossas empresas concebendo estratégias de alavancagem exponencial, e isso é feito com iniciativas de mudança (programas e projetos) que desenvolvem novas capacidades organizacionais lideradas pelos Business Owners.
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