O que vem à sua cabeça quando falamos em networking? Se você pode resumir networking a uma rede de contatos com os quais nos relacionamos para alcançar nossos objetivos pessoais, há um grande problema aí. Um networker não deve ser alguém essencialmente egoísta, que explora outras pessoas a fim de chegar a um determinado lugar. Networking “é formar e cultivar relacionamentos com o propósito de ajudar uns aos outros”.


A verdade é que, desde sempre, fazemos networking. Quando nascemos, por exemplo, nos conectamos com alguém e, só assim, conseguimos ter nossa primeira refeição. A partir desse momento, tudo na vida acontece por meio de networking. E não somos apenas as pessoas que precisam de ajuda. Nos tornamos aquelas que se tornam mais sábias, mais experientes, e que também podem ajudar.


Isso não se parece com amizade? Talvez networking seja exatamente isso. Nas palavras de De Piante, “se você entrar em qualquer relacionamento focado no que vai conseguir com isso, focado em você e não no outro, esse relacionamento está fadado ao fracasso. Relacionamentos são sobre o que você coloca, não o que você tira. O que você dá, não o que você recebe. A característica definidora de um amigo é que um amigo dá, e dá para dar, não para receber”.


Como ser um bom networker, então?


As características de um bom networker vêm de dentro, de uma boa motivação. É mais simples do que se imagina! Você gosta tanto dos seus amigos que deseja vê-los crescer. E se você pode fazer algo para ajudá-los, você fará, certamente. Um bom networker é altruísta, ou seja, alguém que faz o bem sem desejar algo em troca. Ele se vê como parte da rede, tão importante quanto qualquer outro ali, e não como um protagonista ou como o centro da conexão.


Veja que o conselho aqui não se trata de uma receita de como criar um rapport. Suas atitudes e maneiras de se comportar até podem convencer alguém e criar um novo relacionamento. Mas é a verdadeira atitude interior que conservará este relacionamento a longo prazo. 


De Piante sabiamente esclareceu sobre a importância da posição do coração. “Se inclinar para a frente, fazer contato visual, acenar com a cabeça, repetir o que a outra pessoa disse. Se você fizer essas coisas deliberadamente, só conseguirá fazer as pessoas pensarem que você fez uma aula de escuta ativa. Essas coisas são evidências de escuta empática, mas não são escuta empática. Se seu coração estiver certo, você ouvirá e a outra pessoa saberá que você está ouvindo. Você não terá que fingir. O importante não é ouvir com empatia, o importante é ser empático. A parte de escuta cuidará de si mesma”.


Como criar novos relacionamentos e cultivá-los?


Em todo relacionamento há um terreno em comum. Se tivermos uma disposição correta no coração, certamente descobriremos quais são os interesses que temos em comum com outras pessoas - pela verdadeira escuta ativa, por exemplo. Esses pontos podem ser suficientes para criar um novo relacionamento. Mas é o entendimento em comum e as experiências compartilhadas a partir deste “ponto de partida” que poderá conservar este relacionamento, levando-o, inclusive, a se tornar uma união mais profunda.



Fonte: De Piante, J. (2007). Networking: it's not about you. Paper presented at PMI® Global Congress 2007—North America, Atlanta, GA. Newtown Square, PA: Project Management Institute. Veja aqui.
Categorias: Carreira
Data de publicação: 08 de dezembro de 2022