Se você é gerente de projetos - ou quer ser - sabe que o futuro navega na agilidade. O PMI Rio Grande do Sul conversou com André Barcaui, especialista em agilidade, autor de diversos livros, palestrante e um entusiasta da Inteligência Artificial. Ele é um dos gerentes de projetos convidados para um dos últimos materiais publicados pelo PMI, que trata da agilidade organizacional como uma jornada contínua, vital para se prosperar no futuro do trabalho.
Segundo Barcaui, ser ágil e sustentável não só é possível, como acredita que sejam práticas complementares. "Mas isso requer uma abordagem equilibrada e uma compreensão das necessidades específicas da organização e de seu contexto. As empresas devem buscar a agilidade para se adaptar a um mundo em metamorfose ambulante, ao mesmo tempo em que desenvolvem estratégias sólidas para abordar questões ambientais e sociais a longo prazo", diz.
A combinação de agilidade e sustentabilidade pode ajudar as organizações a prosperar em um futuro do trabalho que valoriza a flexibilidade, a responsabilidade social e o respeito ao meio ambiente. Para o especialista, os pontos encorajados pela mentalidade ágil, como foco no cliente, transparência, colaboração, aprendizagem contínua, experimentação e inovação contínua, podem ser aplicados à busca de soluções sustentáveis. "As empresas podem iterar em suas práticas e produtos para torná-los mais ecologicamente corretos e socialmente responsáveis".
Qual é o papel do gerente de projetos na abordagem ágil de trabalho?
Começar com uma autoavaliação é um passo importante para os gerentes de projeto que desejam assumir um papel de relevância no futuro ágil das empresas. E muito desse início tem a ver com a mentalidade ágil, não somente com os métodos ou princípios.
"Primeiro é preciso separar a mentalidade ágil dos métodos ágeis em si. Digo isso porque os principais métodos ágeis em prática hoje não prescrevem um gestor de projetos em seus papéis. Entretanto, pela experiência que tenho em diversos projetos, inclusive com abordagens híbridas, quando falamos de mentalidade ágil, estamos nos referindo a uma filosofia de trabalho. Ou seja, uma opção deliberada da organização pelo desenvolvimento de competências ágeis ligadas ao aprendizado, adaptação e inovação, o que não é culturalmente trivial", explica André Barcaui.
Neste contexto, ele entende que o gerente de projeto assume um papel crucial.
"Conheço equipes que trabalham de forma ágil com papéis compartilhados, mas que iniciaram com um piloto gerenciado por um gerente de projetos. Dependendo da maturidade da equipe e da cultura da empresa, a autonomia para autogestão não é tão simples. Mais ainda, é importante lembrar que a agilidade é uma jornada contínua, e o gerente de projetos deve estar disposto a se adaptar e evoluir junto com a equipe".
Questionado se a abordagem híbrida é um dos caminhos para o sucesso, o profissional é criterioso em afirmar que não existe um caminho único para o sucesso. Cada organização deve vislumbrar e experimentar o seu de acordo com o segmento, contexto e cultura que se apresenta. Ele destacou alguns pontos que devem ser observados na avaliação da abordagem híbrida: