"Pessoas entendem que o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira é, cada vez mais, um ativo." A declaração é da Gerente de Processos e Projetos na Unimed Porto Alegre, Renêe Amaral, que coordena um time híbrido. Engenheira, especialista em Gestão de Projetos, Escritório de Projetos, Finanças Corporativas e Governança, Renêe defende o modelo híbrido de trabalho como um caminho sem volta, mas que exige pontos de atenção.

Após a pandemia, as prioridades foram deslocadas e o trabalho deixou de ser o principal foco do tempo das pessoas. E como toda mudança exige adaptação, as novas formas de trabalho ainda impactam a rotina das empresas e trazem seus desafios.

De acordo com o relatório Pulse of the Profession 2024®, do PMI®, aproximadamente 61% dos profissionais de projetos trabalham remotamente pelo menos parte do tempo. O modelo inclusive é adotado no PMI®, que permitiu a aproximação de pessoas talentosas, independentemente de suas localizações no mundo. Segundo o relatório, em geral, os líderes sêniores permanecem menos confiantes do que os profissionais de projetos sobre a eficácia do trabalho remoto. "Na realidade, mais uma vez, onde as equipes trabalham, por si só, não é um bom preditor do cumprimento dos objetivos comerciais dos projetos. O que importa é que a abordagem funcione para o projeto e a equipe", aponta documento.

Renêe explica que a empresa adota três formatos de trabalho. "Nós temos um modelo presencial para poucas pessoas, o modelo híbrido e o modelo de teletrabalho, que é preferencialmente home office. Entendo que quanto mais robusta é a cadeira, quanto mais expert, mais fácil é trabalhar no modelo híbrido e teletrabalho. Quanto mais júnior e operacional, mais difícil é, porque é necessário uma gestão de operação e de rotinas. Fazer essa gestão em um modelo que é 100% teletrabalho é mais desafiador, principalmente com times grandes", pontua.

O time que ela gerencia é um time sênior e mesmo assim há alguns combinados para manter os objetivos bem alinhados. "Pelo menos uma vez por semana, um dos times vem todo presencial no mesmo dia, para termos esses momentos de maior conexão e alinhamento, que é mais rápido e não exige combinação de agenda. A desvantagem do modelo híbrido acaba sendo essa: o tempo das coisas acaba sendo mais longo e pode gerar um desalinhamento".

Segundo Renêe, a preferência atual é pelo modelo híbrido. Ela destaca que o aprendizado da gestão é estabelecer pontos de checagem e deixar muito claras as entregas de cada um, os prazos, os papéis e responsabilidades e ter checkpoints. "Justamente para que a gente garanta o alinhamento, que a via seja a correta para a expectativa e objetivo da demanda. Outro ponto relevante é a obrigação de termos que trabalhar muito mais no objetivo e na causa raiz, deixando claro e documentado para todos. Porque à medida que as pessoas não sabem o real porquê de estarem fazendo algo, a chance de elas pegarem esses desvios é muito maior".

Assim como a gestora, há um consenso de que não existe uma forma melhor do que a outra quando falamos em modelos de trabalho. É preciso avaliar o que funciona melhor para a empresa em termos de resultado e também de satisfação dos colaboradores.

Fonte: Pulse of the Profession 2024 ®
Categorias: Carreira
Data de publicação: 04 de julho de 2024