Luciano Salamacha é um dos grandes nomes confirmados para o III Seminário de Gestão, Projetos e Liderança do Norte Gaúcho do PMI Rio Grande do Sul, que acontece nos dias 22 e 23 de setembro em Passo Fundo.

Premiado como melhor professor de Estratégia de Empresas nos MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV) por sete anos, Salamacha integra o corpo nacional de professores de MBA da FGV, ministrando aulas de Estratégias de Empresas e Projeto Integrado de Negócios em todo o País. Além de keynote do evento, Luciano irá ministrar um Workshop "The New Thinker - O Novo Pensador", apresentando a metodologia do Pensamento Transversal aplicada no core business dos participantes.

As vagas para o Workshop são limitadas e, enquanto lê a matéria, já pode garantir o seu lugar AQUI.

Nós entrevistamos o convidado e vale a pena chegar ao evento com a visão que ele propõe abaixo. Confira!

Como o pensamento transversal pode ser aplicado em projetos para estimular a inovação e a criatividade?

Luciano Salamacha: Pensamento transversal é uma metodologia, e como metodologia, ela faz uma sequência lógica que se aplicada, se pode obter um determinado fim. Basicamente os processos de inovação, eles podem ser sim marcados por uma criatividade metodológica, uma criatividade que é progressiva, baseada em passos e em princípios que levam a pessoa não a restringir a linha de pensamento e as opções, mas ao contrário, fazem com que, à medida em que a criatividade é estimulada, essa criatividade também seja ordenada, para evitar que se torne um brainstorming sem nenhum tipo de processo de raciocínio lógico, de equalização.

Então o pensamento transversal nada mais é do que estimular a criatividade de uma maneira metodológica e principalmente ampliando as bandas de criatividade.

Como o uso de gatilhos mentais pode influenciar o processo de tomada de decisão em projetos complexos?


Luciano Salamacha: A tomada de decisão sempre é influenciada por alguns fatores, dentre os quais o mais importante é o estado emocional das pessoas. Lembrando que emoção é diferente de sentimento e a gente demonstra isso para as pessoas no workshop. Aí o primeiro passo é a pessoa conseguir entender como ela está emocionalmente. Identificar isso requer gatilhos mentais. 


Os gatilhos mentais servem como uma programação consciente para que a gente acione quando estivermos instáveis emocionalmente. E aí a força do gatilho mental é muito grande para, em primeiro lugar, evitar que a pessoa entre, seja em um estado de euforia, em que o otimismo ou positivismo estão exagerados e pode levá-la a cometer um erro básico, sendo displicente ou não dando a devida atenção para um detalhe; quanto ao contrário, quando a pessoa está num estado extremamente pessimista, negativo e que, de repente, pode ser revertido mediante gatilhos mentais.

A tomada de decisão é baseada em fatores. Um dos fatores é o emocional, mas existem outros fatores como a percepção do ambiente, que é uma visão para o externo, uma estrutura racional de encadeamento dos pensamentos. Então como é que você estabelece uma linha de causa e efeito nos pensamentos? Tudo isso a gente consegue equalizar com os gatilhos mentais.


Quais são os principais desafios que as equipes de projeto podem enfrentar ao adotar uma abordagem de pensamento transversal?


Luciano Salamacha: As equipes de projetos sempre têm como característica buscar a metodologia. Na verdade esse é o grande mérito que uma área de projetos tem: pegar o caos que um projeto pode proporcionar para uma organização quando não tem harmonização, quando tem conflitos de interesses, quando a comunicação está falha, e colocar tudo isso tendo uma metodologia para pacificar e harmonizar, literalmente alinhando os diversos interesses numa direção só.

Quando uma equipe de projetos entra para aplicar o pensamento transversal, ela está buscando sempre restringir os passos, o que não necessariamente é compatível com a criatividade. A grande sacada é que o pensamento transversal consegue dialogar bem com quem tem o pensamento metódico, e a gente explica no workshop as características do pensamento metódico e não metódico, muito diferente de tudo aquilo que as pessoas normalmente estão acostumadas a olhar, em que o metódico é o quadrado, é o cara que não é criativo, é o cara que não tem iniciativa, é o cara que é muito restrito na linha de pensamento. Não tem nada a ver ser metódico e não ser metódico, não tem conexão direta com a criatividade, tem a ver com a condução do que se faz.

Quando uma equipe de projetos entra, ela vai encontrar aquele desejo de colocar tudo dentro de um método e, ao mesmo tempo, ela vai ser desafiada a ter olhares diferentes. Acho que o grande desafio de uma equipe de gerenciamento de projetos é justamente exercitar, pelo pensamento transversal, os diferentes olhares que uma mesma situação pode exigir e que pode proporcionar. Esse tem sido o grande desafio das equipes, mas extremamente transponível mediante essa metodologia, afinal o pessoal de projetos, como eu disse no início, são focados em metodologia.


Quais são os pilares do pensamento transversal que os líderes de projetos devem considerar ao planejar e executar iniciativas?


Luciano Salamacha: Pensamento transversal tem 5 princípios e 4 passos. Os princípios devem nortear todo o processo de tomada e decisão de análise situacional, enquanto que os passos são a metodologia em si, encadeando a linha de raciocínio. 


Um dos pilares fundamentais do pensamento transversal é a definição correta do problema. Normalmente, as pessoas acabam cometendo muitos erros ao diagnosticar o problema. E em seguida, por não diagnosticar corretamente, evidentemente que elas desenvolvem uma série de soluções para um problema que não é necessariamente o que está infligindo.

O segundo passo, que é uma questão muito forte, é a inversão do ângulo de olhar, ou seja, é necessário definir quem é a outra parte na relação e tentar usar mecanismos como o Theory of Mind (Teoria da Mente) para poder identificar como a outra pessoa enxerga a situação. Esses são os dois passos que eu considero mais relevantes para que o pensamento transversal contribua como inovação para as pessoas.


O evento

Além de Luciano Salamacha, nomes como Rogério Dorneles Severo, Jonas Algeri, Lucas Comerlato, Carine Hackenhaar e Anderson Pacheco Alves já estão confirmados na programação do III Seminário de Gestão, Projetos e Liderança do Norte Gaúcho, para compartilhar seus conhecimentos e insights sobre as melhores práticas da área, abordando temas relevantes para o desenvolvimento de líderes de sucesso.

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Categorias: Eventos
Data de publicação: 22 de agosto de 2023